Escrito por Achille Lollo, de Roma para o Correio da Cidadania — Sexta, 30 de Maio de 2014
Esta foi a frase mais questionada pelos os 28 líderes dos países da União Europeia, que se encontraram no Palácio Justus Lipsius em Bruxelas, para realizar, no dia 28 de maio, uma reunião programática sobre o futuro do Parlamento e da Comissão Europeia, após os imprevisíveis resultados das eleições de 25 de maio.
De fato, ninguém podia imaginar que, na França, o partido pós-fascista de Marine Le Pen alcançaria 26,3%, enquanto o PS do presidente François Hollande sofreria uma queda desastrosa de mais de 30%, permanecendo no miserável 13,8%. Mas, além da França, os partidos contrários à União, chamados de eurocéticos, ganharam posições importantes. Por exemplo, na Grã Bretanha, o UKIP – principal representante dos partidos definidos eurocéticos – alcançou 26,4%, derrotando inesperadamente o Partido Conservador – que está no governo – e seu principal opositor, o Partido Trabalhista. Outra anomalia no voto dos britânicos foi a opção europeia do eleitorado escocês, que nas eleições nacionais votou a favor da separação independentista. Algo semelhante aconteceu, também, na Espanha, com o voto europeu dos catalães.
Na Itália, o Movimento 5 Estrelas, com 21,8%, elegeu 17 deputados. Eles formarão com os parlamentares do UKIP um novo bloco político europeu, enquanto os 5 deputados europeus eleitos na lista da racista Lega Nord (6,5%) devem formar um bloco partidário com os pós-fascistas do Front National, a quem se deve juntar o único deputado do “Movimento Popular contra a União Europeia”, da Dinamarca, que foi eleito por 8% dos dinamarqueses, enquanto o abstencionismo ultrapassou 40%.
Mas os principais exemplos negativos dessas eleições foram a afirmação do partido fascista húngaro, “Jobbik”, que com 14,7% se tornou o segundo partido da Hungria, enviando três deputados no Parlamento Europeu, enquanto, pela primeira vez na história europeia, o partido neonazista alemão, “NPD”, com 1% dos sufrágios, terá um deputado no Parlamento Europeu.
Abstencionismo X Conservação
40% dos eleitores dos 28 países da União Europeia estão completamente desligados dos conceitos que criaram esse bloco continental e que, hoje, regem as instituições e a burocracia da União Europeia. Trata-se de eleitores que fazem parte dos setores populares mais atingidos pelas crises econômicas e financeiras que, a partir de 2006, se abateram sem piedade em muitos países europeus.
É, portanto, um conjunto de eleitores que, na realidade, reúne faixas importantes do operariado industrial, do novo proletariado juvenil, massacrado com as novas leis de flexibilização trabalhista, e muitos setores da classe média que, após a introdução do euro, começaram a perder gradualmente seu poder de compra e sua capacidade de dialogar com o poder. Por isso essa importante parcela do eleitorado europeu não aceita mais votar em uma classe política que, física e politicamente, desconhece.
Um contexto que se manifestou com um massivo abstencionismo no dia das eleições. Por exemplo, em Portugal, a abstenção alcançou 41,7%, enquanto na Eslovênia quase 70% dos eleitores ficaram em casa! Além disso, há os eleitores (cerca 5% em cada país) que voluntariamente anulam o voto rabiscando as cédulas!
Segundo as estatísticas, somente uns 3,5% dos eleitores que votaram em 25 de maio (43%) conhecem a plataforma política do partido e as propostas do candidato que escolheram para o Parlamento Europeu. O restante vota o partido X e o candidato Y em função da afirmação que esse partido poderá ter no âmbito nacional.
Quem transforma as eleições europeias em uma importante conjetura política é a “grande mídia”, que na realidade alimenta a alienação partidária. Do momento que os povos europeus não sentem nada pela União Europeia, nada se diz sobre se o povo da UE está à beira da bancarrota ou vivendo em condições miseráveis e, sobretudo, sobre a afirmação do sentimento europeu.
A União Europeia, para a maioria dos eleitores, é antes de tudo um amplo mercado de trabalho, ao qual os jovens recorrem quando a explosão da crise econômica os atinge em seu país.
Segundo vários analistas, este teria sido o principal erro cometido pelos legisladores europeus quando decidiram transformar a Comissão Econômica Europeia (CEE) em União Europeia (EU), impondo com a BCE e o Euro um sistema monetário europeu, sem criar as condições para a fundação de um verdadeiro estado federativo europeu.
Porém, antes de afirmar se, na realidade, este foi mesmo um erro da classe dirigente europeia, é preciso saber se os Estados Unidos teriam permitido o surgimento de um novo estado federativo na Europa com: a) um mercado interno para 500 milhões de pessoas; b) uma capacidade industrial elevada e, até, superior à dos EUA; c) uma estrutura financeira extremamente eficiente e capacitada para absorver a maior parte dos capitais dos países do Terceiro Mundo através de 11 Bolsas de Valores; d) uma moeda – o Euro –, que, a partir da década de noventa, além de ter uma cobertura em ouro, podia se tornar uma alternativa ao dólar; e) um exército que era o somatório de 12 exércitos modernos, cujas potencialidades e modelos operativos teriam, certamente, modificado ou requalificado a subalternidade da OTAN aos generais do Pentágono estadunidense.
Portanto, para evitar a criação de um mega-estado federativo europeu, cujo desenvolvimento poderia apagar o poderio dos EUA, surgiu a União Europeia seguindo o projeto conservador, de mera dependência geoestratégica dos Estados Unidos e sem mudanças sistemáticas e territoriais.
Consequentemente, todas as instâncias legislativas, executivas e burocráticas da União Europeia foram sempre direcionadas por políticos conservadores. As poucas vezes que os socialdemocratas foram convidados a compartilhar o poder do Parlamento ou da Comissão Europeia, aconteceu sempre no âmbito de uma “grande coalizão”, cujos fundamentos políticos eram uma derivação das regras programáticas dos partidos conservadores reunidos na coligação partidária do PPE (Partido Popular Europeu).
Aberração eleitoral na França
Na França, o Front National – partido pós-fascista que Marine Lê Pen herdou do seu pai – passou do limitado 6,9% (eleições presidenciais de 2012) para um excepcional 26,8%, enquanto o PS (Partido Socialista apenas no logotipo!) recuou até 13,5%. É bom lembrar que, em 2012, no segundo turno das presidenciais, o PS ganhou com quase 60%, consagrando a liderança de François Hollande.
Entretanto, o minguado 13,5% do PS, na realidade, desenha os limites da representatividade política na sociedade francesa do PS, que não é mais um partido socialdemocrata, mas sim um partido geralmente progressista que se transformou no legitimo representante político dos interesses do mercado e das estratégias de subalternidade à OTAN.
Um PS que, diferentemente do partido que com Mitterrand e Jospin defendeu o Welfare State e se chocou com o poder dos banqueiros franceses e europeus, nos últimos anos aceitou desempenhar o papel de segurador da ordem social e das políticas de austeridade impostas pela BCE. Além disso, o conceito de soberania nacional, que foi um dos carros-chefes da política de Mitterrand, foi praticamente anulado pelas pressões dos banqueiros franceses, cada vez mais ricos e cúmplices do BCE, e desejosos de se apoderar dos títulos da dívida soberana dos Estados da União Europeia.
Um papel que François Hollande e seu governo desempenharam perfeitamente, inclusive quando era evidente que as medidas de austeridade do BCE, além de abrirem a porta à recessão econômica, multiplicavam os primeiros efeitos de uma pobreza extraordinária em um país como a França, que nos últimos quarenta anos sempre garantiu aos seus cidadãos e aos imigrantes bons contratos de trabalho, bons salários e um eficiente sistema de serviços públicos.
Quando o trabalho ficou cada vez mais precário, os salários mais minguados e a degradação se espalhou nas grandes periferias das metrópoles, a simpatia pelo PS e pelo “sedutor” François Hollande quase que se transformou em ódio. Assim, a extrema-direita (Front National) começou as explorar um pretenso nacionalismo anti-União Europeia, para denunciar, antes de tudo, a presença maciça dos imigrantes árabes e africanos nos bairros suburbanos das cidades, o aumento do desemprego, a subida do custo da vida e a introdução de mais impostos.
É claro que o governo de François Hollande não foi o único responsável por essa situação de crise econômica e social. O Senhor Sarkozy, com seu governo de direita e a aliança submissa com a política europeia de austeridade da alemã Ângela Merkel, foi o principal responsável.
Porém, as excelências do Front National e da “grande imprensa francesa” souberam explorar perfeitamente a questão racial, transformando-a no bode expiatório do atual contexto político. Visto que grande parte da classe média francesa ainda manifesta certa hostilidade racista, herdada dos tempos do colonialismo, para com os árabes e, sobretudo, com os imigrantes negros das ex-colônias da África Ocidental. Assim, quando na campanha eleitoral apareceu uma mulher muito comunicativa como Marine Lê Pen – apresentando-se como uma nacionalista não fascista -, que priorizava no seu programa político a expulsão dos imigrantes africanos, o fechamento das comunidades islâmicas, para depois atacar em primeira pessoa o Euro, o BCE e a União Europeia, por serem os responsáveis pela recessão na França, então a maior parte da classe média e importantes parcelas do proletariado votaram nela. Não há dúvidas de que essa pretensa “Jean D’Arc” do século 21, com a manipulação da questão racial e a rejeição do Euro, conseguiu estraçalhar os “monstros sagrados” do PS, isto é: François Hollande, Laurent Fabius Jean-Yves Le Drian e Ségoléne Royal.
Mas é preciso realçar que aquele 15% de novos eleitores do Front National não são votos de eleitores fascistas. Na realidade, trata-se do chamado “povo boi” que, nas eleições, oscila radicalmente, e não por motivos ideológicos ou por um amadurecimento político entre a direita e a centro-esquerda e vice-versa. Por isso, os principais analistas políticos admitem que na França a volatilidade do voto do “povo boi” – tal como aconteceu, também, na Itália – aumentou em função do medo da crise econômica que a política de austeridade da União Europeia provocou na França. Em segundo lugar, em boa parte da classe média francesa prevaleceu o sentimento de viver, no dia-a-dia, os efeitos do gradual empobrecimento, cuja principal perspectiva é coabitar nos bairros suburbanos com as minorias étnicas do Terceiro Mundo, com as quais não há ligações culturais, mas somente choques e contestações.
O Front National e, sobretudo, sua líder, Marine Lê Pen, ganharam porque souberam transformar os sentimentos de medo e de abandono na convicção de que a França estava à beira de uma catástrofe, inclusive pela falta de um governo “enérgico e capaz”. Consequentemente, o resultado foi um excepcional 26,8%!
Na Itália ganhou o novo PD de Matteo Renzi
O que mais surpreendeu nessas eleições europeias foi a vitória, na Itália, do Partido Democrático e os subterfúgios políticos que o novo líder, Matteo Renzi, utilizou para livrar o PD da etiqueta de partido de esquerda ou de centro-esquerda, assumindo, definitivamente, o logotipo de “partido de centro”.
Uma operação que permitiu a Renzi captar o apoio do mercado, a simpatia dos moderados e as esperanças do “povo boi” italiano, que, em 2013, emigrou no partido de Silvio Berlusconi, “Força Itália”, acreditando cegamente nas promessas de pagar menos impostos.
O principal subterfúgio, ou arma eleitoral, de Matteo Renzi foi o Decreto-Lei 66/2014, com o qual o governo pagou aos trabalhadores com carteira assinada (mas somente para os que ganham entre 800 e 1500 euro) um bônus mensal de 80 Euros, durante três anos, a partir do salário de maio. Isto é: três dias após as eleições Europeias!
Um decreto-lei que faz lembrar as antigas manobras eleitorais do primeiro-ministro democrata-cristão, Amintore Fanfani, que, nos anos setenta, recorreu à prática indiscriminada dos D.L. para derrotar os partidos da esquerda (PCI e PSI), manipulando o voto do “povo boi”. De fato, o novo líder do PD, Matteo Renzi, convenceu os italianos com a promessa de que, dando 80,00 Euros, todos os meses e durante três anos, a dez milhões de trabalhadores, a economia italiana poderia sair do buraco da recessão e iniciar, assim, um novo período de expansão.
Uma batalha que Renzi ganhou com a ajuda ilimitada da grande mídia, enquanto no Parlamento o PD teve que recorrer aos votos da Direta e, sobretudo, do partido de Berlusconi, Força Itália, para impedir a contestação do referido decreto-lei por parte do Movimento 5 Estrelas. Porém, tendo em conta que a dívida pública italiana já ultrapassou 130% do PIB, hoje, ninguém sabe se, na realidade, o Tesouro terá, até 2018, a necessária cobertura financeira para os 80 Euros mensais, que somam10 bilhões de Euro.
Alguns economistas e, sobretudo, os sindicalistas da FIOM-CGIL (Federação dos Metalúrgicos) questionaram o governo dizendo que o Tesouro poderá pagar o “Bônus Renzi” somente até janeiro de 2015. Depois, para fazer caixa, deverá introduzir mais impostos sobre as residências, taxar novamente a gasolina e operar mais cortes no orçamento dos serviços públicos!
É necessário esclarecer que o chamado Decreto Lei 66/2014, também rebatizado “D.L. para o Voto de Troca”, foi a solução que os estrategistas da campanha de Matteo Renzi encontraram para impedir a hemorragia de votos do partido. Em segundo lugar, com esse D.L., Matteo Renzi conseguiu captar a simpatia dos eleitores moderados, muitos desiludidos com as medidas econômicas e os escândalos dos governos de direita (Berlusconi e Monti) e terrivelmente amedrontados com os proclamas revolucionários do Movimento 5 Estrelas de Beppe Grillo.
Por outro lado, todos os jornais, as revistas, as televisões e as rádios, bem como toda a “estrutura social” da Igreja Católica – mesmo sem a participação de papa Francisco –, apoiaram incondicionalmente a estratégia eleitoral do PD, porque, com a vitória de Renzi, as antigas lideranças formadas nos tempos do Partido Comunista Italiano (D’Alema, Bersani, Epifani, Mussi e Fassino) eram empurradas para os arquivos da história. Enfim, um processo político chamado de “rottamazione” (isto é: sucatar), graças ao qual nascia um novo Partido Democrático “interclassista”, com um grupo dirigente não socialista e formado, na sua maioria, nos grupos dos “populares” e dos “cristão-sociais” da antiga Democracia Cristã.
Grupos que, em 2001, integraram o Partido Popular, quando a Democracia Cristã se fragmentou à causa dos escandalosos processos de corrupção (Propinopolis) e que depois, em 2004, com Francesco Rutelli, criou o partido ”Democrazia e Libertà –La Margherita”. Uma formação política que, depois, em 2005, articulou a coligação eleitoral “A Oliveira” com os ex-comunistas do PDS (Partido dos Democráticos de Esquerda). Finalmente, em 2007, os populares e cristão-sociais da Margherita apoiaram o projeto de Walter Veltroni para enterrar definitivamente o PDS e criar o PD –Partido Democrático.
Hoje, Matteo Renzi, Dario Franceschini, Enrico Letta, Graziano Del Rio, Maria Elena Boschi e Débora Serrachiani representam a “nouvelle vague” do Partido Democrata, onde, após a dissolução do PCI em 1991, cresceram politicamente na onda da abjuração do marxismo e do leninismo. Sujeitos políticos que se afirmaram a partir de 2006, quando Veltroni promoveu a reforma política e estrutural do antigo PDS, dando vida ao Partido Democrático, espelhado na experiência do Democratic Party de Bill Clinton. Um projeto que Veltroni vislumbrou já em 1992 quando publicou o livro “Il sogno spezzato. Le idee di Robert Kennedy” (O sonho quebrado. As ideias de Robert Kennedy).
Na realidade, são quase quinze anos que as referências ideológicas do PD oscilam entre a Terceira Via de Tony Blair e o liberalismo social de Bill Clinton. Por isso, a abertura política que o PD iniciou com Walter Veltroni, para convencer o mercado sobre “… as responsabilidades do Partido Democrático em confluir na área do poder para assumir a direção política da nação…”, sempre teve como objetivo consolidar a imagem de partido do poder. Algo que Veltroni conseguiu em 2008, quando ganhou as eleições com 33,8% . Aliás, foi a partir desse momento que o Partido Democrático começou a atuar perfeitamente como um partido “progressista, mas também interclassista” à maneira clintoniana, muito ligado aos sindicalismo economicista e próximo de bancos importantes, como por exemplo o Monte de Paschi de Siena.
Entretanto, para melhor entender o sucesso do PD nessas eleições, devemos ter em conta mais dois fatores que se revelaram determinantes para o PD ganhar com 41% dos sufrágios. Isto é: o abstencionismo (43%), em grande parte dos jovens que, segundo as pesquisas, eram potenciais eleitores do M5S de Beppe Grillo; e o medo que a vitória desse movimento-partido provocou na alma dos eleitores moderados.
De fato, Grillo cometeu o erro de dizer que, se o M5S tivesse ganhado com a maioria absoluta, teria fechado o Parlamento “… mandando para casa todos os deputados e os senadores, além de implantar na web Tribunais Populares para julgar os políticos corruptos…”. Além disso, Grillo, no comício final realizado em Roma e depois de ter participado na popular transmissão televisiva “Porta a Parta”, declarava que o M5S era o herdeiro da “Questão Moral” que o líder do PCI, Enrico Berlinguer, denunciou em 1981, na famosa entrevista ao jornal “La Repubblica”. Entrevista em que Berlinguer afirmava que “….para livrar as instituições e os partidos da corrupção, era preciso, antes de tudo, realizar uma revolução cultural…”.
Tudo isso foi muito bem mistificado pela grande mídia, que conseguiu amedrontar o “povo boi” com o conceito de revolução cultural, apresentando Beppe Grillo como um vulgar ditador stalinista. Adjetivação que o candidato da socialdemocracia alemã, e também aliado do PD, Martin Schultz, reafirmava em Berlin diante dos repórteres dos jornais e das televisões europeias, reaquecendo, assim, nos eleitores moderados o medo pelo comunismo. É necessário dizer que foi graça ao estereótipo do “perigo da ditadura comunista” que Berlusconi construiu sua carreira política, impingindo esse medo na cabeça dos italianos durante quase vinte anos. Um medo que ainda não desapareceu!
Por sua parte, a esquerda radical – ou o que sobra dela – apostou na coligação “Outra Europa”, liderada pelo grego Aléxis Tsipra, que se limitou a pedir menos austeridade e mais regulamentação europeia para promover o crescimento nos países em crise. Porém, esta coligação quase nada disse sobre a cúmplice atividade do BCE com os banqueiros franceses e os alemães, bem como não denunciou os compromissos da União Europeia com a estratégia intervencionista da OTAN. Por isso, passou quase despercebida, alcançando um milagroso 4,03%, que lhe dá direito a três deputados no Parlamento Europeu.
Na Itália, as eleições europeias serviram praticamente para realizar o acerto de contas entre o PD de Matteo Renzi e o Movimento 5 Estrelas. Diante desse cenário, é evidente que o primeiro-ministro, Matteo Renzi, deverá realizar de imediato as reformas institucionais prometidas pelo PD na campanha eleitoral. Ao mesmo tempo, o governo deve encontrar uma saída para começar, nos próximos meses, a sanear a dramática situação do desemprego, que já conta com 3 milhões de efetivos, enquanto outros 3,3 milhões de trabalhadores renunciaram a procurar trabalho há mais de um ano.
Achille Lollo é jornalista italiano, correspondente do Brasil de Fato na Itália, editor do programa TV “Quadrante Informativo” e colunista do “Correio da Cidadania”
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